Memória nada mais é que a capacidade que temos de reter e recuperar informações e com isso alterar nosso comportamento em função de experiências anteriores. O cérebro funciona como um todo e, portanto concebemos que o armazenamento de informações depende de alterações nas conexões nervosas, ou seja, o cérebro possui certa plasticidade que varia com a idade. Quanto mais avançada a idade menor a capacidade de ocorrerem alterações. Por isso a memória é o melhor marcador biológico para o envelhecimento.
Apesar de causar transtornos o esquecimento é normal em qualquer idade, ou seja, somos passíveis de sofrer amnésia, que nada mais é que a falta ou falha da memória, mas esquecimentos benignos e patológicos devem ser diferenciados através de uma avaliação neuropsicológica, já que existem possibilidades terapêuticas para portadores de esquecimentos benignos.
Entre as principais causas das amnésias podemos destacar o stress, a depressão, até as demências mais graves como o mal de Alzheimer. Também costumam afetar a memória o mal de Parkinson em seus estágios mais avançados a dependência crônica de álcool e outras drogas, lesões vasculares, traumatismo craniano repetido e exposição a metais pesados.
Porém, pesquisas demonstram que manter-se ativo profissionalmente é imprescindível para o bom funcionamento da memória.
Estudos realizados nos EUA e em vários países da Europa sugerem que quanto mais cedo uma pessoa se aposenta, mais rápido é o declínio da sua memória.
Uma implicação desse estudo é que a idéia do “use ou perca seu cérebro” parece realmente fazer sentido – se as pessoas querem preservar suas memórias e habilidades de raciocínio, elas terão que se manter ativas.
Uma hipótese que os cientistas consideram plausível para explicar esse efeito é a de que os trabalhadores fazem mais exercício mental do que os aposentados porque o ambiente de trabalho é mais estimulante e desafiador em termos cognitivos.
Enquanto aguardamos mais estudos sobre esse assunto, precisamos nos lembrar que uma vida rica em estímulos intelectuais, como a leitura e exercícios para o cérebro, combinada com um estilo de vida saudável em termos de alimentação, exercícios físicos, sono, socialização e controle do estresse, é uma receita sem contra-indicações para garantirmos a saúde do nosso cérebro.
Lenise Collares Nogueira
Neuropsicóloga – CRP 07/06747